Desculpe.

Eu decidi que deveria começar a escrever com essa palavra. Porque é o que eu sinto, mesmo que ainda esteja indecisa se devo sentir ou não. Se isso é um bom sinal.

Hoje chegou mais uma carta para mim. Em uma era cheia de tecnologia, de celulares e computadores, por que alguém me mandaria uma carta, lacrada e com símbolos enfeitados? Eu tremi no momento em que abri a caixa de correio. Quem dera antes ali só estivesse as contas a pagar.

Quando atravessei meu quintal até a sala de estar, estava suando frio. É uma sensação muito estranha. Estava muito calor e o sol estava deixando seu rastro em todos os lugares, mas eu sabia sobre o que se tratava a carta, reconhecia a letra. Imediatamente todo meu corpo ficou vazio, como se estivesse se afundando em um buraco no meu estômago. O suor que escorria pelo meu corpo ficou gelado. Eu tremi.

Sentei no sofá e abri com todo o cuidado possível aquele envelope. No começo, eu tentei. Mas meus olhos tremiam e escorria suor sem parar pelas minhas têmporas, meus dedos estavam desordenados e se não terminasse com aquilo logo, sentia que minha cabeça não iria aguentar. Rasguei rápido com o máximo de cautela que consegui.

O papel escorregou para fora e quase me arrependi de ter feito aquilo. Quase. Sabia que não dava para fugir. Então eu li. Simplesmente li.

Assim como minha vida foi feita de quases, aquela carta também foi parte dela. Uma quase sentença de morte.

Nunca fiquei tão feliz pelos quases.

Porém, ao mesmo tempo, pensei em quem não queria pensar. Na minha falecida prima. Que morrera enforcada em praça pública mês passado. Trinta dias, setecentos e vinte horas.

Queria dizer que foi assassinato, mas não sei dizer se foi ou não. Ela escolheu o caminho, foi avisada, então tudo não passa de uma consequência, não? Por mais que uma parcela de mim pense isto, outra parte ainda diz que não se deve questionar algo tão simples quanto morrer ou matar. Alguém puxou o gatilho? Assassino.

Quem dera fosse tão simples. Se fosse assim, a justiça não teria tantos artigos, tantas advogados e tantos problemas. Há diversos casos, andei pensando bastante ultimamente. Há legítima defesa, onde a pessoa não teve opção além de atacar ou matar. Como se julga uma situação assim? Como avaliar todas as possibilidades, saídas e dizer quem é culpado e quem não foi, sabendo que um está morto, e se não está morto, quem sabe se irá dizer a verdade?

Mas estou fugindo do assunto. Este não é o caso, não é?

Prenderam minha prima. Mandaram uma carta igual esta que está ao meu lado. Mas ela não escutou. Ela tinha certeza do que estava fazendo, do que queria fazer e do futuro que a aguardava.

Mas ela morreu, eu me pergunto se isso ainda conta.

Porque as pessoas contam como ela foi corajosa, como encarou a morte, mas quem sabe de fato, o que se passou na cabeça dela nos momentos finais?! Ela se arrependeu e teve que se segurar para não mijar nas calças? Ela estava certa do que fez? Ela não pensou no que tudo resultaria?

Eu não entendo mesmo, não entendo MESMO, porque as pessoas falam que ela foi uma heroína.

Agora, ela parece uma entidade. Não um ser humano. Por que, que tipo de outra explicação teria, de que um ser humano lutou, deixando tudo para trás, sabendo que estava indo para a forca? Que tipo de pessoa teria feito isto, lutado contra o mundo, com chances mínimas de vencer?

Ela é um alien. É assim que me sinto. Talvez ela sempre tenha sido, mesmo enquanto nós brincávamos de bonecas no jardim de casa.

Mas eu sou uma humana. Uma pessoa com medo. Por mais que no começo eu tivesse uma faisquinha de animação ao ouvir seus planos, isso não conta mais.

Você entende, não entende? Poderia ter sido eu no lugar dela. Ou ao lado dela, sendo mandada para a morte. Eu quase a segui em seus planos loucos e quase fui presa. Quase.

Por isso, dessa vez, eu tenho certeza. Certeza de que não vou seguir esse caminho. Já me mandaram um aviso. Não vou chamar mais atenção, vou fingir que não existo. Vou fingir que não conheço mais minha prima. Você entende também, não é?

Eu escolhi viver. Quem poderia me condenar por ter isto, em vez de lutar bravamente? Eu não sou um alien.

Mas me sinto acusada, uma falsa, uma egoísta. Por ter um instinto de sobrevivência.

Hoje eu achei uma caixa de coisas dela. Cheio de cartas, planos, mapas, esboços. Todos recheados de sentenças de morte certa. Todos com a letra caprichosa que minha prima fazia quando era algo que importava tanto para ela. Estava perfumado e dobrado, com elásticos separando cada qual por categoria.

Eu queimei tudo. Quis gritar, mas não queria ser ouvida. Não quando tinha a morte bem em frente a mim. Então respirei fundo e levei ao quintal. Botei fogo e observei até tudo virar cinzas e nada me incriminar.

Minha prima escolheu uma vida, e não posso ser culpada por ter escolhida outra.

É isso. Nada aconteceu. Nada vai ser visto. Nada precisa ser dito.

Eu sei que a união do qual ela pertencia ficaria bem feliz com todos aqueles papéis. Evoluiria bem mais rápido. Mas é como disse: não conheço ninguém, não mais. Que todos me perdoem, não me julguem, mesmo estando mais próximos da morte do que mim. Me pergunto se as pessoas que já encaram a morte vivem mais intensamente. Seus olhos sempre são afiados, enquanto os meus são normais. Minha prima disse que quase fiquei com um olhar desses. Quase. Minha prima tinha.

Agora sou apenas a vendedora da lojinha de artesanatos, que vende caixinhas de madeira e pinta quadros nas horas vagas. Nada de revolução ou algo perigoso. Tenho medo de fogo e armas. Minhas tesouras não tem ponta e varro minha casa todos os dias.

Não tem nada de errado nisso.

Eu vou deitar de noite mas meus olhos se mantém abertos. Como se a qualquer momento seria eu culpada de algo, mesmo tendo quase sido culpada. Mas não fui. Esse limiar de quase ter feito algo mas não ter feito nada me faz chorar com impotência e injustiça.

Pois foi quase.

Como podem culpar alguém por quase?

Mas estou certa agora. Não vou morrer daquele jeito. Isso é certeza e espero do fundo do meu coração, que isso não seja uma quase certeza. Mas estou tremendo.

Mesmo não tendo feito nada.

Guardo a carta em cima da minha gaveta. É um quase que quero guardar na minha memória para não ser mais um quase. Para não me meter mais nisto. Para não ter uma certeza na minha mente.

Mesmo que eu não saiba como irei viver minha vida sem quases ou certezas.

Tudo ficou tão confuso. Não sei qual escolher, porque as duas matam. Não sei o que fazer para viver, mas escolhi o nada.

Não faça nada, não conheça ninguém, não questione nada. Isso vai me fazer viva, ou pelo menos quase.

Esse "quase" quase me mata por dentro.

E eu me pergunto qual é a pior forma de morrer. Por dentro ou por fora.

Talvez eu estivesse enganada. Mataram minha prima. Por fora. Por dentro, mataram a mim.

E por mais que eu esteja sofrendo agora, não desejaria ter morrido com minha prima. Mas também não quero esse sofrimento de indecisão em mim. Não consigo decidir qual escolher e fico presa, apenas chorando sem saber o que fazer, enquanto sinto um pêndulo em minhas costas, fazendo pressão.

Me sinto fraca. Mais fraca do que qualquer coisa, mas me sinto humana. Sei que tudo que sinto é algo normal do ser humano, mas sinto que é tudo tão difícil e como todos conseguem superar isso e continuar vivendo, como se eu fosse uma exceção, alguém mais fraco.

Imagino se minha prima sugou a força de mim. Costumam pensar assim de familiares. Ah, você tem o que sua prima não tem. Ah, você puxou seu tio. Você percebeu que eu gostava muito de ti? Eu suguei algo de ti? Você sentiu falta desta coisa?

Mas eu não gostaria de ser minha prima, não mesmo. Mas também não sei quem eu gostaria de ser, nem se quero ser outra pessoa. Porque sou incapaz de abandonar a mim mesma.

Me pergunto se em alguma vez você se perguntou do que estava fazendo. Se hesitou. Se pensou na sua morte, e mesmo assim avançou. Em quantas noites você deve ter chorado de arrependimento. Você fez isso? Isso aconteceu com você? Você era uma humana, sentia medo? Eu queria entender. Como é se sentir invencível a ponto de acabar assim. Me pergunto se eu gostaria. Se eu fosse um pouquinho mais parecida com você, se eu teria ajudado você no que fez. E se eu fosse capturada, como eu iria encarar a morte. Será que uma morte honrada faz você ficar orgulhoso e satisfeito mesmo diante das armas? Você ficou assim, prima? Eu não sei. Eu fechei os olhos. Não abri. Sai correndo e nem sei como desceram seu corpo. Não vi sua expressão final. Você buscou por mim? Se decepcionou ao me ver fugindo? Ou já esperava isso de mim? Ou foi um quase?

Tenho tantas perguntas que não serão respondidas. Isso é uma certeza, não é? Pois você está morta. E eu viva.

Mesmo que eu concorde contigo, ainda sou um quase.

Acene, bom dia, Olá, deseja alguma coisa? Sim, vou tomar cuidado. Ela? Não, não a conhecia tão bem. Ela era minha prima, sim, brincavamos juntas, mas nos distanciamos quando crescemos. Se eu sabia do grupo? Não, não tinha certeza. Só achava estranho minha prima nos últimos tempos. Ela era louca. Sim, louca. Eu avisei para ela parar, mas ela não me ouviu. Até me arrastou junto, eu não queria, mas estava muito preocupada com ela. Sim, sim, da próxima vez aviso as autoridades. Sim, desculpe. Isso não vai se repetir. Ah, já vai embora? Não vai comprar nada?… ah, bom dia.

Desculpe prima, mas não me culpe. Por favor.

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Eu aprendi várias coisas durante esses anos que se passaram. O mais valioso que prezo, é que eu precisava deixar as coisas para trás. Jogar fora, desacumular. Como o calendário, com o passar dos meses, eu arrancava o papel e jogava fora. Eu aprendi a fazer isto com coisas que não me faziam bem. Tirar o fardo dos meus ombros e coração para me livrar daquela sensação de peito apertado e bola na garganta. Esta é uma lição tão importante que me impressiona ninguém ter me dito isto, nem ao menos eu ter ouvido. Portanto, quero passar este ensinamento adiante.

Eu ouvi várias coisas durante este tempo, prima. E como eu era tão apavorada, ficava apenas mais assustada ainda. Você não faz ideia de quantas fofocas eu fui alvo, de quantos olhares e de quanto desprezo. Mas não vou falar como foi. Todos sabem como é um sofrimento. Se eu falar, apenas vou entristecer a carta, e o que quero é apenas conversar.

Só que, com o passar dos meses depois de sua morte, eu chorava todos os dias, não vou negar. Chorava e dava tapas em meu rosto quando em público. Chorava baixinho quando no meu quarto. Me doía tanto. Eu achava que poderia morrer de tanta tristeza. Porém, vendo agora, onde cheguei, fico orgulhosa de estar aqui e continuar lutando.

Os dias foram uma luta, prima. Não uma luta revolucionária como a qual você participou, mas uma luta contra o mundo e com tudo que havia dentro de mim. Essa fase foi muito importante para mim.

Me conheço mais do que nunca agora. Agora sei sobre meus sentimentos, e quando não sei, reconheço isso e tento aprender. Sei usar as emoções que me faziam mal para meu bem. Sou positiva agora, percebendo pequenos detalhes que fazem meus dias felizes, mesmo que pareçam insignificantes.

E descobri que tinha um péssimo pensamento: pensava que as coisas deveriam ser de um jeito. E quando não eram assim, eu sofria como uma vítima, chorando enrolada em um cobertor e incapaz de ir para frente.

Por exemplo, quando você foi sentenciada, eu me distancie de você. Evitei. Fugi. Quando você morreu, me senti mais culpada do que nunca havia sentido, e principalmente, sentia que devia desculpas para você, pagar com minha vida, por mais que não quisesse. Tenho certeza de que minha carta anterior deve ser recheada de desculpas.

Mas eu vi que ali era algo que me destruía. Um pensamento e uma sensação de obrigação que não eram reais. Eu errei? Sim, eu errei. Mas não gostaria me culpar e me martirizar por algo que já havia acontecido e parar minha vida por isso. Não gostaria de tentar induzir emoções em mim porque era o que falavam que era certo. Se eu sentia outra coisa, que culpa eu tinha? Eu sou humana e tenho vários sentimentos mais complexos do que amor é ódio. Entendo isso agora.

A propósito, descobri uma técnica: ao invés de pensar "deveria" uso a palavra "gostaria".

Tipo: "Gostaria de ir a padaria e sair com amigos." Não "Deveria". Porque não é uma obrigação. Falando que deveria, estou apenas botando mais e mais pressão em mim mesma, a ponto de me sufocar e não ter tempo para nada além de surtar. Não era muito proveitoso.

Me sinto muito mais leve desde então.

A propósito, sabe, como devo ter contado na outra carta, recebi uma carta do governo. Eu não sabia se me livrava dela ou não. Eu deixava ao lado da cômoda da cama, então sentia sua presença ao acordar e ao dormir. Quando abri vi aquele papel novamente, senti que eu dava mais poder do que aquilo tinha em mim. No final, era apenas um papel. Decidi guardar para ver que superei isto. Mesmo que ainda esteja arquivado no governo, que eu seja quase sentenciada a morte, eu posso andar de cabeça erguida e viver minha vida. Acho que isso é uma forma de revolução no mundo em que vivemos. Me sinto muito mais confiante assim!

Antes que se preocupe comigo, prima. Ainda recuso dizer algo sobre meu envolvimento com aquela organização. Pois sei que me matariam. Mas guardo no meu coração que não me arrependo de ter participado, de ter conhecido. Ser forte não é simplesmente gritar aos quatro ventos o que você faz de revolucionários. É também pensar e agir de acordo com a situação, sem perder de vista o que é importante. Porém, me recuso a dizer que você era louca ou que não a conhecia. Digo com orgulho que você era a melhor prima que alguém poderia ter. Digo que você adorava andar de bicicleta enquanto ouvia músicas no celular e adorava passar horas lendo blogs de tecnologia. Eles desconfiam de mim, claro, mas apenas os encaro. Não tem nada de errado em dizer que ela era uma boa pessoa, pergunto. Não podem me prender por gostar de você.

Hoje sei que você não é culpada. Sei que fez o que acreditava ser certo e que dava forças para pessoas fazerem o mesmo. Nunca machucou ninguém. Inspirava as pessoas, mesmo que não saiba. Hoje sei que o governo te matou, e mesmo impondo medo, eles não podem tirar a culpa dos próprios ombros.

Eu gostaria de dizer que hoje as coisas são simples, mas isso me requeriu muito esforço. Não foi nada fácil passar por tudo isto. Aprender a me perdoar. Aprender a perdoar você e ao governo. Mas hoje estou, lidando com coisas que antes não conseguiria. Passei por acontecimentos que me mudaram, mas me moldei de volta para algo melhor para mim.

Ainda hoje acho incrível o que fez. Tão incrível e fora de proporção que antigamente não entendia. Mas hoje entendo. Depois que aprendi que as pessoas são diferentes a pensam diferentes, sem precisar passar pelos mesmos processos que eu, sem precisar sentir aquele frio na barriga que tenho sempre que vou falar em público. Algumas pessoas simplesmente não sentem esse frio! Eu ficava tanto tempo concentrando e presa naqueles sentimentos que eu achava que todo o mundo deveria sentir.

Eu escolhi viver. Seja qual for a vida que escolhi ou escolher, não me sentirei culpada. Seja seguindo seu legado ou escolhendo qualquer outra coisa, isto foi o que eu decidi. E ninguém tem o direito de me julgar por isto.

Certo, prima? Sei que entenderia isso. E mesmo que não entendesse, gostaria de sentar com você enquanto tomamos um gole de café e conversamos. Nos entendermos. Mesmo que não concordemos uma com a outra. Porque a vida é assim e ela pode ser maravilhosa.

Sabe aquela caixa que você guardava embaixo da sua cama? Eu queimei. Pois é. Uma pena, mas agora já foi. Depois, muito tempo depois percebi que não gostaria de ter feito aquilo. Mas eu fiz. Na época em que fiz, pensava e sentia diferente, então não posso me julgar. Apenas me concentrei com todas as forças e escrevi numa carta o que eu achava que continha naquela caixa. Suas ideias. Me lembrei de nossas conversas. Escrevi tudo e mandei pra organização. Também escrevi no final que não queria me envolver, mas queria resolver os assuntos do passado. Estava oficialmente fora. Agradeci por tudo que fizeram e que fazem, por terem apoiado você e a mim.

Seus olhos eram bem fortes, não, prima? Quando me encontrei com uma dessas pessoas, ela também tinha. Ao chegar em casa, me olhei no espelho e vi que eu não tinha. Mas já não olhava para meus pés a todo momento e conseguia olhar nos olhos de alguém sem tremer. Eu não preciso desses olhos que admirava tanto em você. Posso ter meus próprios olhos e achá-los bonitos, e achar os seus também.

Minha lojinha de artesanatos está indo bem. Por mais que não haja muito movimento, ainda há pessoas muito amigáveis, como a dona Lurdes e a dona Ludimilla. As caixinhas que elas decoram são adoráveis. Você iria adorar também.

Entrei numa classe de pinturas. Ainda continua sendo um hobby, mas realmente o adoro e dou importância a isto. É muito importante dar valor ao lazer. Antes meu corpo vivia tenso, hoje não! Acredita que meus olhos não tem mais aqueles tiques?!

Antes tinha tantas perguntas para você, prima. Para mim, principalmente. Mas precisei dar tempo. Não se engane: o tempo passou como uma tortura. Mas hoje vejo que estava apenas desesperada e não precisava estar. Vejo que tudo está mais leve. Que era do momento. Que estava tão aflita que imaginava os piores cenários possíveis, catastrofizando tudo, em vez de sentar, respirar fundo e pensar em soluções. Hoje eu escrevo meus problemas no papel, me pergunto o quão importante eles são, as possíveis soluções e como reagirei daqui a alguns anos. Faço isso sempre ao dormir, de tarde quando sinto que preciso. Isso me faz dormir bem melhor, sem a mente trabalhando sem parar e sem resolver nada. Me sinto mais leve. Converso com as pessoas sobre minhas aflições. Elas me dão conselhos que eu nunca imaginaria. E isso é incrível.

Hoje não acho que você me culparia por algo. Mas, se por acaso eu a magoei, vamos conversar. Irei pedir desculpas do fundo do meu coração. Irei trabalhar para me perdoar. Mas não vou morrer por isto. Vou viver e trabalhar nisto, para que nós duas possamos viver amplamente sem pesos nos corações.

Me sinto tão melhor hoje, prima. Eu te amo. Por mais que não tenha dito isto tantas vezes quando você estava viva. Concentro esses sentimentos positivos e cuido com carinho de suas coisas mais importantes. Também digo as pessoas queridas o quão valorizo elas. Você ficaria orgulhosa de mim. Tão quanto estou de mim mesma. É incrível como sentimos tanta coisa e não botamos para fora. Gosto de dizer quando estou triste e quando estou feliz. De dizer que gosto e não gosto das coisas. Afinal, todas são emoções. As pessoas e principalmente, nós mesmos, ficamos bem felizes ao ouvir algo tão verdadeiro. Aprendi tanto e estou aprendendo tanto, e ainda vou aprender muito mais! Agora eu tenho certeza das coisas. Não sou mais um quase.

Fique bem. Eu te amo.
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